No decorrer do desenvolvimento normal da criança e do adolescente alguns comportamentos como, brigas, agressividade, desobediência, vandalismo, mentiras, “matar aula” costumam ser observados pelos pais e professores. Tais condutas são fontes de intensa preocupação e, muitas vezes, sinônimos de patologia.
Diante dos comportamentos mencionados, o patológico deve ser diferenciado da normalidade. Para tanto, é necessário verificar se os mesmos acontecem esporadicamente e isoladamente ou fazem parte de transtornos, onde ocorrem desvios das condutas, de acordo com o esperado para determinada faixa-etária, gênero e cultura.
O transtorno de conduta (TC) é um conjunto de problemas emocionais e comportamentais apresentado por algumas crianças e adolescentes, em que há um padrão repetitivo e persistente de mau comportamento, conduta agressiva, desafiadora e, muitas vezes, contrário às regras de convivência social, na qual os direitos mais básicos e a privacidade de outros são violados.
A violação de regras é um componente marcante deste transtorno. Estas pessoas apresentam comportamento anti-social como agressão física, comportamento cruel com pessoas ou animais, sendo muito das vezes autores de bullying no ambiente escolar.
De acordo com o DSM- IV, pessoas com este transtorno podem exibir um comportamento de provocações, ameaças ou intimidação; iniciar lutas corporais freqüentes, e fazer uso de armas que podem causar séria lesão corporal.
Mentir, não cumprir com os compromissos ou promessas, furtar objetos de pequeno valor ou falsificar documentos são outros comportamentos freqüentes em que tem este transtorno.
Normalmente, que tem o transtorno de conduta, apresenta limitações nas interações interpessoais, sendo de poucos amigos. Sintomas como, baixa estima, intolerância, irritabilidade e explosões de raiva comumente encontram-se presentes. Além disso, não demonstram sentimento de culpa, arrependimento e remorso perante as atitudes praticadas, manifestando, muitas vezes, hostilidade, negativismo e oposição.
Todos esses fatores acabam contribuindo para a ocorrência de comportamentos deliquênciais (Teixeira, 2009).
O curso deste transtorno, como na maioria das patologias psiquiátricas, é variável, podendo regredir ou evoluir para algo mais sério na idade adulta.
Quando os sintomas tendem a persistir, torna-se comum o envolvimento com álcool e drogas, assim como, o diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial. Além disso, aumentam os riscos de criminalidade, despreparo ocupacional, emprego mal remunerado ou desemprego, nível rebaixado de escolaridade e prejuízos nos relacionamentos sociais (Teixeira, 2009).
Ainda não se sabe a causa do transtorno de conduta. A hipótese é que uma variedade de fatores biopsicossociais contribui para o seu
desenvolvimento. Alguns problemas familiares podem também contribuir para o desencadeamento deste transtorno, como negligência, falhas na educação, dependência de álcool, abuso de substâncias químicas, brigas freqüentes, entre outras.
De acordo com Facion (2010), filhos de famílias que convivem com esses tipos de pressão psicológica e social freqüentemente desenvolvem uma baixa tolerância a frustração.
O tratamento do transtorno de conduta que traz resultados mais satisfatórios costuma envolver a família e a comunidade, assim como uma equipe multidisciplinar, Porém nenhum desses recursos pode ser considerado curativo, portanto é com psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais…preciso assegurar uma atenção especializada e intensiva durante a fase de
adolescência e da juventude em indivíduos com transtorno de conduta.