Muitas vezes a decisão de procurar um psicólogo acaba sendo adiada, diante de uma de uma série de mitos e preconceitos que ainda existem em torno desta profissão. Alguns acreditam que somente pessoas “loucas” ou muito perturbadas procuram ajuda psicológica. E mesmo as pessoas que reconhecem a necessidade e superam esta barreira, costumam esconder dos outros que estão recebendo acompanhamento psicoterapêutico, por vergonha, preocupação ou medo do que os outros vão pensar.
Muitas vezes temos a crença distorcida de que devemos ser capazes de enfrentar tudo sozinhos, como se o fato de procurar ajuda profissional fosse uma demonstração de fraqueza, ou de pouca força de vontade. Todas essas crenças errôneas acabam gerando um adiamento ao tratamento de pessoas que realmente precisam de ajuda.
Quando devemos procurar um psicólogo? O atendimento psicológico é diferente de uma conversa com um bom amigo?
Muitas vezes a procura ocorre quando, de alguma forma, o individuo não está satisfeito com o andamento de sua vida, está passando por uma fase de sofrimento e transições complicadas, e até para o autoconhecimento. A procura também é indicada para tratamento de diversos casos como depressão, ansiedade, fobias, pânico, bulimia, anorexia entre outros.
Todas as pessoas, em algum momento de suas vidas, passam ou vão passar por situações difíceis. Muitas delas vão conseguir encontrar forças internas ou externas, como na família, amigos, para superar estes momentos. Mas nem sempre isso é o suficiente. Nestas situações é importante reconhecermos que precisamos de uma ajuda especializada. E o psicólogo é o profissional preparado para auxiliar as pessoas neste tipo de situações.
O psicólogo clínico é o profissional indicado para trabalhar com estas questões de saúde mental. Normalmente os atendimentos são realizados no consultório, ou mesmo em escolas, hospitais, centros de saúde… objetivando sempre, a promoção da saúde mental do indivíduo, bem como uma aprendizagem para uma melhor condução de sua vida.
O psicólogo no seu trabalho utiliza conhecimentos científicos na sua intervenção clínica. A psicologia dispõe de instrumentos e técnicas apropriadas que lhe possibilitam diagnosticar e tratar os mais diversos transtornos psicológicos.
Segundo Ana Bock, “a intervenção do psicólogo é intencional, planejada e feita com a utilização de conhecimentos específicos do campo da ciência. Portanto, difere de um amigo que não planeja sua intervenção, não usa conhecimentos específicos nem pretende diagnosticar ou intervir em algum aspecto percebido como crucial”.
O amigo normalmente ouve, dá um bom conselho, quando muito sugere um caminho, ou a busca de um tratamento.
Já na prática do psicólogo, esta se norteia pela aplicação de conhecimentos psicológicos através de intervenções específicas, sejam elas em forma de um tratamento individual, em grupo ou dentro de instituições.
O psicólogo não tem bola de cristal e nem adivinha o que as pessoas estão pensando. Ele apenas dispõe de recursos que lhe possibilita compreender o que o outro diz, através da linguagem verbal (do que o paciente fala) e da não verbal (gestos, expressões, emoções…).
Precisamos saber da história de vida do outro, precisamos que ele fale de si mesmo, seus sentimentos, suas reflexões, para que possamos compreendê-lo melhor e ajudá-lo.
Quando estamos doentes, é natural procurarmos um médico. Quando queremos emagrecer, procuramos um nutricionista. Quando queremos fazer um tratamento dentário, vamos direto a um dentista. Mas, e quando não estamos bem psicologicamente?
A psicologia através de suas técnicas e conhecimentos sobre o comportamento humano, pode realmente contribuir para a melhora na qualidade de vida das pessoas. Portanto, é necessário que haja mais informações e facilidades para que as pessoas que precisam possam buscar esta ajuda. Sabendo que ao procurar um profissional este não estará lá para dar conselhos, julgar ou dizer se você está certo ou errado, mas sim para ajudar naquilo que a pessoa realmente precisa.