Taquicardia, suor excessivo, tremor, sensação de falta de ar, tonteiras, fraqueza, medo de desmaiar, de perder o controle…todos estes são sintomas que podem estar presentes numa crise de pânico!
O transtorno do pânico é decorrente de uma desordem de ansiedade, onde há “crises” de medo intenso que começa a aparecer de forma recorrente e sem aviso prévio. Esses ataques duram em média 15 minutos, mas são relatados pelos pacientes, como minutos terríveis, como se nunca fossem acabar.
Um ataque de pânico representa um “alarme falso” onde uma ansiedade intensa é vivenciada. Então, após o primeiro ataque, algumas pessoas ficam apreensivas e hipervigilantes quanto a manifestações físicas da ansiedade. Temendo novos ataques, desenvolvem interpretações errôneas em torno desta possibilidade. Na medida em que a pessoa detecta a ansiedade e a entende como ameaçadora em si, a ansiedade aumenta.
De acordo com o modelo de terapia cognitivo-comportamental, os ataques de pânico aparecem a partir de interpretações distorcidas dos sintomas corporais. Tontura e palpitações cardíacas podem ser interpretadas, por exemplo, como um ataque cardíaco ou infarto iminente. Tais interpretações aumentam a excitação e intensificam as sensações corporais, confirmando, desta forma, um senso de “perigo” e gerando mais interpretações catastróficas e aumentando o nível de ansiedade.
Nestes pacientes é comum haver pensamentos negativos que não saem da cabeça, como de que poderiam ter doenças graves, incuráveis ou de que vão morrer.
Frequentemente, o transtorno do pânico vem associado a outros transtornos ansiosos, como os de agorafobia (ansiedade acerca de estar em locais ou situações das quais escapar poderia ser difícil) e fobias específicas (medos específicos, como de elevador, de escuridão, de andar de avião).
Sabemos que o ataque de pânico pode acontecer com qualquer pessoa em um momento estressante da vida e passar. Mas no transtorno de pânico a pessoa passa a desencadear novas crises. Muitas vezes, o medo de ter uma nova crise, gera uma ansiedade muito alta, o que acaba contribuindo para o desencadeamento de novas crises sucessivamente.
De acordo com Robert L. Leahy (2011), 60% dos ataques de pânico se devem a hiperventilação, ou seja, a respiração rápida e curta. Quando respiramos desta forma, inalamos muito mais oxigênio do que precisamos e não exalamos dióxido de carbono em quantidade suficiente. Assim o sangue contém oxigênio em demasia, fazendo com que nossas artérias e vasos sanguíneos se contraiam, bloqueando o fluxo de oxigênio ao cérebro, o que leva a sensações de tontura e sufocamento.
As pessoas com este transtorno acabam alterando sua rotina diária, restringindo-se a estar com pessoas e em lugares que se sinta protegido. Evitando lugares em que imaginam que poderiam ter uma nova crise.
Um medo muito comum é o de “voltar a sentir medo”. Muitas vezes o simples pensamento de entrar num avião ou num elevador já desencadeia uma crise. Algumas pessoas vão a um cinema, teatro ou restaurante e procura sentar-se perto da saída, outras não trancam a porta quando vão ao banheiro, sempre para sair facilmente caso venham a passar mal.
Podemos pensar numa analogia interessante entre a ansiedade alta que pode desencadear uma crise de pânico a um alarme de incêndio. “O alarme de incêndio está bom quando toca devido ao fogo que está acontecendo. O alarme estragou de vez se há incêndio e ele não toca. E o alarme está sensível demais se toca por qualquer fumaça de um bife na frigideira. Este alarme precisa somente ser reequilibrado.”
O transtorno do pânico é real e potencialmente incapacitante, mas pode ser controlado. As pessoas com este transtorno precisam de ajuda! Elas querem ter de novo o “controle” de suas reações e emoções, mas não sabem como o fazer. O tratamento para este transtorno inclui medicamentos e psicoterapia, onde o paciente aprende a entender e lidar com o que está acontecendo com ele, resgatando assim sua esperança em sentir-se bem novamente.