Inveja: Quando a felicidade dos outros incomoda

Conta à história, que certa vez, um homem, extremamente invejoso de seu vizinho, recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de realizar um desejo. “Você pode pedir o que quiser desde que seu vizinho receba o mesmo e em dobro”, sentenciou. O invejoso respondeu, “então quero que você me arranque um olho”.

A inveja deste homem nesta história fez com que o prazer em ver o seu vizinho ser prejudicado fosse maior do que conseguir algo bom pra si mesmo.

E realmente o sentimento de inveja está presente na vida das pessoas, e isso é mais comum de acontecer do que as pessoas imaginam.

Geralmente, quando falamos em inveja, o primeiro impulso é condenar e julgar este sentimento como algo errado, sujo e nos causa estranheza. Quando invejamos os outros, sentimos vergonha ou ficamos assustados e nos reprimimos.

Porém, segundo alguns estudiosos do assunto, a inveja faz parte da natureza humana. Sentir inveja em algum momento da vida é normal. Porém é importante sabermos mais sobre o que é a inveja e sabermos diferenciá-la.

A palavra inveja vem do latim invídia, e de acordo com o dicionário Aurélio significa “desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem”; “desejo violento de possuir o bem alheio”.

É a vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de outra pessoa, pois aquele que deseja tais virtudes se sente incapaz de alcançá-la, seja por se considerar incompetente para alcançar tais coisas ou por alguma limitação física ou intelectual.

No livro “Inveja – O Mal Secreto”, da autora Zuenir Ventura, ela faz uma comparação entre ciúme, cobiça e a inveja: “Ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é não querer que o outro tenha”.

Podemos considerar dois tipos de inveja. A inveja considerada “construtiva” e a “destrutiva”. No caso da primeira, esta surge como uma admiração, quando você vê o que os outros alcançam e fica motivado a buscar seus objetivos. Serve como combustível para suas conquistas.

No caso da inveja considerada “destrutiva”, é quando a pessoa acha que o sucesso da outra pessoa não é merecido e deseja que aquela pessoa se dê mal. E o desejo vem acompanhado de tristeza ou até mesmo rancor, dirigido ao possuidor do bem cobiçado.

Neste caso, a inveja pode ser considerada patológica, pois a pessoa faz qualquer coisa para ter o que o outro tem, passando por cima de valores, amizades e até da família.

E quando envolto neste sentimento acaba procurando fora, na vida alheia, o que não consegue encontrar dentro de si mesmo e da sua vida. Direciona a sua atenção na busca daquilo que não tem, e por isso está sempre infeliz.

Não há nada tão errado assim em invejar alguém, desde que esse sentimento seja direcionado para ações positivas. Quando saudável, a inveja pode até estimular as pessoas a lutarem por suas metas.

Mas no caso da inveja “destrutiva”, essa sim consome quem a sente, por isso é fundamental buscar formas de lidar com este sentimento e os comportamentos que este sentimento desencadeia.

É bom lembrar que cada pessoa tem seu próprio caminho de realização. Cada um tem o seu tempo e momento de conquistar as coisas. Mude o foco! Ao invés de viver a vida do outro, concentre-se na sua vida, no que há de bom nela e no que você é capaz de conquistar.

Direcione suas energias para conquistar coisas que farão você admirar a sua própria vida. E se mesmo assim for muito difícil lidar com isso sozinho, busque ajuda!