Depressão Infantil! Isso existe mesmo?

Durante muitos anos a possibilidade de uma criança ter depressão foi muito questionada. É estranho imaginar que uma criança possa desenvolver um quadro depressivo, já que muitas vezes acreditamos ser esta, uma “doença” de adultos.

A depressão pode ter início em qualquer fase ou idade, cerca de 10% da população mundial já teve depressão em algum momento da vida. Alguns autores estimam que 2% a 5% das crianças apresentam um quadro depressivo.

A depressão Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social.

Algumas crianças e adolescentes apresentam sintomas clássicos de depressão, tais como tristeza, ansiedade, pessimismo, mudanças no hábito alimentar e no sono ou, por outro lado, problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual.

Costumam ter perda de interesse pelas atividades que normalmente eram interessantes, como brincadeiras, jogos, esportes, sair com os amigos, apresenta sentimentos de inferioridade e baixa auto- estima, idéias de culpa e inutilidade, e dependendo da gravidade, pensamentos de morte.

Mas, nem sempre a depressão infantil se manifesta desta forma. Às vezes, os sintomas podem vir “mascarados”, escondendo verdadeiros sentimentos depressivos sob uma capa de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia.

Ainda não se sabe exatamente a causa da depressão Infantil. Acredita-se que seja uma interação de fatores genéticos, orgânicos e ambientais. Contudo, como nos adultos, momentos difíceis como em situações de luto, perdas, separação dos pais, situações novas, mudanças de escola, podem gerar estresse, que vai desgastando a criança, podendo levá-la a desenvolver um quadro depressivo.

É fundamental que pais e escola estejam atentos a quaisquer mudanças no comportamento da criança. Alterações súbitas na sua forma de agir, no apetite ou no padrão de sono, baixa auto-estima (vive dizendo “todo mundo me odeia”) ou dificuldade de concentração (p.ex.: queda no rendimento escolar), leve-a para ser avaliada por um profissional de saúde capacitado. Quanto mais cedo à depressão for diagnosticada, mais fácil e bem sucedido será o tratamento.

Segundo Macclure, o modelo de terapia cognitiva tem se revelado promissora no tratamento de crianças e adolescentes deprimidos. Pela aplicação de técnicas cognitivas, as crianças e adolescentes aprendem durante o processo terapêutico, a desafiar a visão negativa que tem de si mesma, dos outros, do ambiente e do futuro.

Pensamentos negativos como, “sou incapaz”, “sempre faço tudo errado”, “ninguém gosta de mim”, “sou o mais burro da escola”, “minha vida não é boa”, entre outros, freqüentemente passam na cabeça destas crianças e adolescentes que estão deprimidos.

Estes pensamentos distorcidos desencadeiam um sentimento de tristeza e inferioridade, abalando a auto- estima. Portanto devem ser trabalhados melhorando assim a auto-imagem da criança e do adolescente.

Reconhecer os sinais e sintomas de depressão em crianças e adolescentes torna-se fundamental para a realização do diagnóstico correto, possibilitando desta forma um planejamento para um tratamento direcionado e efetivo.

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