Depressão é uma palavra comumente usada no nosso dia- a- dia para descrever nossos sentimentos. “Hoje eu acordei deprimida”, ou se alguém está triste “Ela deve estar com depressão”! Todos se sentem tristes ou “para baixo” de vez em quando. É comum do ser humano às vezes acordar “com o pé esquerdo”, ou estar de mau humor ou um pouco triste de vez em quando. Isso é perfeitamente normal!
Porém quando esses sintomas começam e se tornar frequentes, na maior parte do dia, e começa a trazer prejuízos significativos na vida da pessoa, ela pode estar entrando no quadro de depressão.
A depressão é uma doença que compromete várias dimensões da vida do sujeito. Não é somente uma tristeza! É uma doença “do organismo como um todo”, que compromete o físico, o humor e, consequentemente, o pensamento.
A depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo, a si própria e sua realidade. A forma de vermos o mundo funciona como “lentes de óculos” através das quais enxergamos emocionalmente nossa realidade. Através dessas lentes podemos perceber nossa realidade com mais clareza, com mais colorido, com esperança ou não. No caso da pessoa deprimida, ela “enxerga” o mundo como se estivesse usando óculos escuros, ou seja, tudo é percebido de maneira cinzenta, escura. Por isso a vida parece tão sem graça, sem sentido… como se o tempo sempre estivesse nublado.
Os pacientes costumam descrever o sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto “sem cores”, e sem alegria.
Podemos ver alguns dos sintomas listados pelo DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4ª edição), no diagnóstico da depressão;
– Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo;
– Anedônia: interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina;
– Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;
– Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar e concentrar-se;
– Fadiga ou perda de energia;
– Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
– Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor;
– Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime alimentar;
– Ideias recorrentes de morte ou suicídio.
Para a realização do diagnóstico é fundamental ser avaliado por um profissional habilitado onde através dos sintomas descritos pelo paciente, será avaliado o grau de seus sintomas, bem como a sua frequência, e os prejuízos trazidos ao paciente em vários aspectos de sua vida, como na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária.
A partir desse momento é iniciado o tratamento, que normalmente é realizado com medicamentos e psicoterapia. Mas depende muito de cada caso, o grau de depressão, se vai haver uma boa resposta medicamentosa. Tudo tem que ser bem avaliado para decidir a condução do tratamento para aquele paciente.
A depressão é uma doença afetivamente, não é simplesmente tristeza, não é sinal de fraqueza, ou de falta de pensamentos positivos. O paciente que tem depressão precisa de tratamento para conseguir reagir e sair deste quadro.
A ajuda existe! Tudo o que é preciso é dar o primeiro passo para enfrentar essa doença. Só é preciso ter coragem para agir!